Em Jornal O Globo – Coluna da Patrícia Kogut
Kaysar Dadour fala de projetos para 2021 e de ‘Carcereiros’
— Saí do programa e fiz muitos trabalhos, comecei a estudar… Quando chegou esse convite para fazer o teste, foi uma loucura. Eu estava com muito medo. Depois de ter sido aprovado, liguei para a minha mãe: “E agora, vou fazer o quê? Fui aprovado! Ai, meu Deus! Vou fazer o cinema brasileiro?”. E ela me disse: “Vai com tudo”. Eu estava nervoso, não sabia como ia ser trabalhar com grandes atores. Mas foi muito bom. Rodrigo Lombardi me apoiou demais, Jackson Antunes, também — lembra ele, que elege uma cena de tiroteio como a mais difícil das filmagens.
Nos últimos três anos, Kaysar tem feito trabalhos sequenciais. Na Globo, integrou o elenco de “Órfãos da terra”; foi campeão da “Dança dos famosos”, e estará na série “Panelinha” (Warner). Discreto ao comentar a resistência que às vezes ex-“BBB”s encontram ao mergulhar na interpretação, ele diz:
— Não senti preconceito. Foi tudo tranquilo. Sempre tem coisas que acontecem, mas gosto sempre de olhar o lado positivo. A maioria apoia. Prefiro não entrar muito nesse assunto porque acho que, se alguém tem problema ou preconceito com alguma coisa, isso tem que ser resolvido com ele mesmo. Se alguém está com preconceito comigo, tem problema com ele mesmo. Não ligo. Sou muito para cima. O importante é entregar o trabalho bonito, aprender, ouvir o diretor e o conselho dos outros, fazer preparação boa… Quem tem preconceito eu deixo para lá.
Durante a entrevista por telefone, o sotaque árabe sobressai. Ele diz que, em cena, consegue deixar o português mais claro:
— Com o roteiro em mãos, consigo decorar sem sotaque com mais facilidade. Faço sessões com fonoaudióloga e curso de interpretação para diminuir. Só que o meu sotaque é difícil de tirar. Algumas pessoas comparam com a facilidade que atores portugueses têm, mas eles já cresceram falando a língua portuguesa. Eu cresci falando árabe.
No ano passado, ele revelou que fez uma cirurgia no nariz para curar o desvio de septo. O procedimento, contudo, não deu certo:
— Consegui respirar bem por um mês. Acho que não vou fazer de novo. Não adiantou nada mesmo. Consigo respirar de um lado só. Eu uso remédio para melhorar. Em Curitiba (onde mora), por causa do frio, não consigo, fico com muita rinite, respirando como um maluco (risos). Lá eu fico com a minha família (que veio da Síria após Kaysar sair do reality show) e na casa do meu antigo patrão, Nassib Abage.
Em 2021, Kaysar tem um filme, uma série e mais três outros trabalhos sigilosos para fazer. Mas uma novidade não é segredo: depois de gravar uma parceria com um MC de funk no ano passado, ele vai investir com mais afinco na carreira musical.
— O trabalho anima a minha alma. Tenho feito aulas de canto, de música. A ideia é cantar funk, pop, trap. Este ano quero lançar mais músicas — diz ele, que desvia ao responder se já acumulou o milhão que não ganhou no “BBB” 18. — Eu vou te falar uma coisa: mesmo que eu fique com R$ 200 milhões na minha conta, vou continuar trabalhando e feliz. Ficar sem trabalho vendo a vida passar não é do meu feitio.
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