O Conselho Regional de Fonoaudiologia do Rio de Janeiro, através da Comissão de Educação, promoveu no último dia 23 de maio o Fórum Fonoaudiologia Educacional 2016, dentro da Campanha “Fonoaudiólogo Educacional: atuação que faz a diferença”. O encontro ocupou o auditório do CREFONO1, no Centro do Rio, e contou com as participações da fonoaudióloga Clélia Argolo Estill (CRFa1-636), diretora da Associação Nacional de Dislexia (AND), e da presidente da Comissão de Educação do Conselho de Fonoaudiologia da 1ª Região, Andréa Michaela Leal (CRFa 1-8182).
Participaram ainda do Fórum de Debates com Roda de Conversa a presidente da AND, Beatriz Florence (CRFa1-1415); Lucienne Souza (CRFa1-10977), representando a secretária de Educação, Ciência e Tecnologia de Niterói, Flávia Monteiro; o professor Reynaldo Lopes (CRFa1-6914), representando a coordenadora do Curso de Graduação em Fonoaudiologia da Universidade Veiga de Almeida, Rita Leniza (CRFa1-8832); a coordenadora do curso de Fonoaudiologia da Faculdade Redentor, Carolina do Carmo (CRFa1- 3347-6); a conselheira do Conselho Federal de Fonoaudiologia, Monica Karl (CRFa1-7205); as diretoras do Sindicato dos Professores do Município do Rio e Região, Yara Maria Pereira e Maria Martha Almeida Cerqueira e conselheiras do 11º Colegiado do CREFONO1.
A presidente do CREFONO1, Lucia Provenzano (CRFa1-1700), abriu o debate, pedindo que todas as conselheiras do 11º Colegiado presentes se apresentassem.
Em seguida, para um auditório lotado de profissionais e estudantes de Fonoaudiologia, Clélia Argolo passou a fazer um histórico da Fonoaudiologia Educacional a partir de sua própria experiência profissional, que começou com sua formação na primeira turma de Terapia da Linguagem da Sociedade Pestalozzi. “Aprendi com minha experiência profissional que alguns não são todos e todos não são alguns. Portanto, uma escola para todos não é uma boa solução”, observou Clélia, argumentando que é preciso uma atuação interdisciplinar e não apenas multidisciplinar para atender com qualidade a comunidade escolar.
“É preciso haver cooperação entre as disciplinas, que precisam dialogar entre si. E também entre a coordenação e especialistas da escola, a família e os especialistas que atendem o aluno, por exemplo, fora da escola. O fonoaudiólogo educacional atua na interseção entre Educação e Saúde. Não tenho como trabalhar o aprendiz se não tenho o apoio de uma rede de saúde que o atenda nas suas necessidades e não consigo atuar se não tenho uma educação respeitosa e plena”, afirmou Clélia Argolo, uma das fonoaudiólogas fundadoras da AND.
Ela deixou claro que não cabe ao profissional que trabalha junto à equipe escolar ensinar como o professor deve dar aula ou fazer diagnóstico dentro da unidade de ensino. “O fonoaudiólogo educacional é aquele que vai perceber que alguma coisa está fora da curva dentro do processo de aprendizagem e propor soluções. Não é ele quem vai fazer avaliação neuropsicológica do aluno ou professor, por exemplo, mas pode levar à coordenação da escola os sinais que indicam essa necessidade”, exemplificou Clélia Argolo. E foi além, ao cogitar outro exemplo, como o de uma turma que não retém o aprendizado, porque a equipe pedagógica está com o nível de exigência acima ou abaixo do nível da turma. “Não só o indivíduo, mas o coletivo também emite sinais”, completou.
Para essa fonoaudióloga com 54 anos de profissão, não existe educação sem linguagem. “Se falta comunicação ou condições de linguagem competente, não há aprendizagem. Se não houver equilíbrio, vai haver falhas na comunicação. E o fonoaudiólogo na escola é o profissional que vai trabalhar, antes de tudo, na prevenção para que essas falhas não aconteçam ou apontando soluções para esses problemas”, ressaltou.
Clelia Argolo Estill contou, ainda, para uma plateia atenta e participativa, sua participação no grupo de trabalho que produziu, entre 2008 e 2011, o documentoque até hoje norteia as Diretrizes Nacionais para a Educação de Alunos com Transtornos Funcionais na Perspectiva da Educação Inclusiva do Ministério da Educação. A história é objeto de reportagem na Revista Comunicar Nº 68 (páginas 45 a 51), que você acessa aqui.
Guia Norteador
A conselheira Andréa Michaela Leal apresentou a todos a mais nova publicação do Sistema de Conselhos Federal e Regionais de Fonoaudiologia – “Atuação do Fonoaudiólogo Educacional – Guia Norteador”. Andrea Michaela, assim como Heloísa Mello (CRFa1-2350), ambas conselheiras que compõem a Comissão de Educação, participaram como colaboradoras do documento norteador, representando o CREFONO1 junto ao Sistema de Conselhos de Fonoaudiologia. O documento foi lançado oficialmente no Rio de Janeiro durante o Fórum de Fonoaudiologia Educacional deste ano.
“O documento vem a ser o condutor das ações do fonoaudiólogo educacional no ambiente escolar. Mostra a importância da interlocução entre a Fonoaudiologia e a Educação, propõe estratégias e esclarece dúvidas sobre o que o profissional pode ou não pode fazer no âmbito educacional. Nossa proposta é que seja, realmente, um guia norteador, um pontapé inicial para a melhor intermediação na escola”, resumiu Andrea Michaela Leal.
Todos os presentes receberam o guia impresso, bem como outra publicação, lançada ano passado pelo Sistema de Conselhos de Fonoaudiologia – “Contribuições do fonoaudiólogo educacional para seu município e escola”. O Guia Norteador você acessa aqui. Já o livreto com as contribuições para seu município ou escola, aqui.
A tradicional Roda de Conversa, que sempre se forma no final dos fóruns promovidos pelo CREFONO1, encerrou a programação. Foi o momento de esclarecer dúvidas e trocar experiências profissionais. A fonoaudióloga Clécia Souza (CRFa1-12266) falou sobre o projeto Fono Rural, uma parceria entre a Secretaria de Educação de Itaperuna e a Faculdade Redentor, que já atende 18 escolas na zona rural do município, enquanto Lucienne Souza, representante municipal do CREFONO1 em Niterói, destacou como a Fonoaudiologia Educacional vem conquistando espaço na rede municipal de ensino daquele município.
Para a presidente da Comissão de Educação do Conselho Regional do Rio de Janeiro, Andréa Michaela Leal, o fórum cumpriu seu objetivo de esclarecer a importância e necessidade do Guia Norteador. “Foi valioso, porque forneceu o embasamento para que todos compreendessem a necessidade da publicação que acabamos de lançar. O Guia Norteador consolida a importância do conhecimento sobre a atuação do profissional na Fonoaudiologia Educacional, fornecendo parâmetros para as ações nessa área de competência”, afirmou.
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Acesse o Guia Norteador aqui.
Por Rose Maria, Assessoria de Imprensa.