O Departamento de Fonoaudiologia da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) publicou parecer referente ao atendimento do fonoaudiólogo ao novo coronavírus na terapia intensiva e no ambiente hospitalar.
O Parecer reforça que o fonoaudiólogo é um dos profissionais que integra a equipe multiprofissional na terapia intensiva com o objetivo de realizar triagem, avaliação, habilitação ou reabilitação da motricidade orofacial (MO), deglutição e comunicação. Num cenário de contágio comunitário, “aos Fonoaudiólogos, sugere-se um profissional exclusivo para o atendimento aos pacientes com suspeita ou infectados pelo COVID-19 dentro de cada unidade, de acordo com a estrutura organizacional no qual está inserido e com a quantidade de profissionais disponíveis”.
E o documento faz várias recomendações aos profissionais da Fonoaudiologia, como:
- Atenção e uso dos equipamentos de proteção individual (EPI), evitando exposição e contágio pelo novo coronavírus, quando necessário à realização de atendimento fonoaudiológico, realizando higienização das mãos previamente (lavagem com água e sabão ou com a utilização de álcool em gel 70%) e seguir os passos conforme as diretrizes atuais da Organização Mundial da Saúde (OMS): antes e após contato com o paciente; antes da realização de procedimento; após o risco de exposição a fluidos corporais e após contato com as áreas próximas ao paciente.
- Caso seja necessário o uso de equipamentos de uso compartilhado entre os pacientes (por exemplo: estetoscópio, oxímetro, dentre outros), devem ser limpos e desinfetados com álcool 70% ou com produtos específicos estipulados pelo setor de controle de Infecção Hospitalar, após cada uso.
- Nas instituições que apresentarem equipamentos individuais por leitos, devem ser utilizados de forma individualizada. É necessário analisar realmente a necessidade do uso dos equipamentos de forma criteriosa para evitar possíveis infecções cruzadas.
- Para a intervenção direta com o paciente suspeito ou confirmado com o COVID-19 é necessário a utilização de Máscara N-95, óculos de proteção individual (higienização deverá ser realizada de acordo com as instruções da sua instituição), avental de proteção descartável, gorro, propé e luvas, seguindo o padrão de colocação e retirada desses EPI’s conforme fluxogramas institucionais dos locais do seu atendimento ou conforme preconizado pelo Ministério da Saúde, tanto para realização de triagens, avaliações e terapias diretas ou indiretas para MO, deglutição, respiração ou alterações na comunicação nos estágios de tratamento pré ou pós intubação orotraqueal.
A AMIB sugere a não realização de intervenção fonoaudiológica durante a vigência da intubação devido ao risco de contágio, além da segurança quanto ao atendimento prestado.
Após a utilização, alimentos ou espessantes para avaliação ou programa terapêutico dos casos com suspeita ou confirmação de COVID-19 devem ser imediatamente descartados dentro da área restrita de isolamento, sem que haja circulação por outras áreas.
Para a intervenção nos pacientes traqueostomizados, mantêm-se a recomendação da higienização das mãos e utilização dos EPI’s. Também durante realização de procedimento de adaptação de dispositivos, como válvulas unidirecionais de fala e deglutição, bem como a aspiração de vias aéreas, deve ser realizada durante o momento do atendimento prestado, seguindo as normas de proteções, desde que respeite o Parecer do CFFa nº 39/2016 e Recomendação CFFa nº 17/2016 (ítem 2 artigo II).
Acesse a íntegra do Parecer AMIB.
Veja as recomendações do CFFa e CREFONO1 quanto ao uso de EPIs e Atendimentos Presenciais:
Atendimentos Presenciais: http://bit.ly/2U1M63D.
Uso de EPIs: http://bit.ly/2xHDdDB.
Por Rose Maria S. Alves, Assessoria de Imprensa
Em 23 de março de 2020
Ilustração: AMIB