III E-Fono traz novas visões e caminhos da Fonoaudiologia ao comemorar 35 anos de regulamentação da profissão





A terceira edição do E-Fono (Encontro da Comunicação Humana) mais uma vez festejou com troca de informações e discussões contemporâneas o Dia do Fonoaudiólogo. O III E-Fono ocupou a Sala Universo da Universidade Salgado de Oliveira, em Niterói, durante toda a sexta-feira, 9 de dezembro. A Universo não tem graduação ou pós graduação em Fonoaudiologia em nenhum dos três campus situados no Rio de Janeiro, mas o diretor da universidade, Anderson Freire, e a coordenadora Patrícia Salgado, que visitaram o E-Fono, se comprometeram a estudar a possibilidade de abrir vagas em Fonoaudiologia.

A mesa de abertura contou com a presidente do CREFONO1, Lucia Provenzano (CRFa 1-1700), o secretário geral da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência da Ordem dos Advogados do Brasil do Rio de Janeiro (CDPD/OAB-RJ), Caio Sousa e a representante da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia do Rio de Janeiro (SBGG-RJ), Kátia Pedreira Dias.

Caio Sousa reafirmou a parceria dentro da OAB-RJ com o Conselho de Fonoaudiologia do Rio de Janeiro e disse que há muito a contribuir com a profissão dentro das instituições de Educação e Saúde, fazendo cumprir resoluções e a legislação que regulam o trabalho dos fonoaudiólogos. Já Kátia Dias parabenizou a classe pelos avanços dentro da área do Envelhecimento e convidou a todos a acessar o Manual Multiprofissional SBGG-RJ, que aborda aspectos de Segurança Fonoaudiológica na atuação com o idoso.

Lucia Provenzano ressaltou a importância de comemorar o Dia do Fonoaudiólogo com um encontro técnico-científico, numa profissão que apresenta um vasto leque de atuação e precisa perceber seus avanços em várias frentes. “Já crescemos muito, mas há muito trabalho a ser feito. As parcerias são imprescindíveis para que a Fonoaudiologia consiga ocupar o espaço que merece e possa fazer tudo que pode pela sociedade. Esse não é só um trabalho do Conselho, mas de todos nós”, afirmou.

Uma videoconferência com Mônica Azzariti (CRFa 1- 9591), perita do Tribunal de Justiça  do Rio de Janeiro, abriu a programação, sob mediação de Domingos Sávio (CRFa 1- 4626). Mônica Azzariti detalhou o trabalho que realiza com policiais militares do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) no Rio de Janeiro, preparando a linguagem e a escuta de negociadores no enfrentamento de situações de risco ou para libertação de reféns. “Eles aprendem a fazer uma análise visual e acústica para, numa negociação, salvar vidas”, contou Mônica, que também vem trabalhando policiais das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) para uma comunicação não violenta.

A fonoaudióloga Carolina Shirmer (CRFa 1-7200-7), sub-coordenadora do Laboratório de Tecnologia e Comunicação Alternativa do Programa de Pós-Graduação em Educação da UERJ e membro da Sociedade Internacional em Comunicação Alternativa (ISAAC), sob mediação de Christina Sales (CRFa 1-5365), falou sobre Comunicação Alternativa e Aumentativa, isto é, como é possível garantir para pessoas com deficiência o direito à comunicação, na ausência da fala articulada. “Temos vários recursos tecnológicos, mas poucos profissionais trabalhando nessa área, que é importantíssima”, salientou.

Microcefalia em debate

Para discutir a interferência dos vírus Zika no Desenvolvimento, o neurologista infantil Gustavo Valle, presidente da Associação Brasileira de Neurologia, Psiquiatria Infantil e Profissões Afins (Abenepi Nacional) e Amanda Charone (CRFa 1-6548-5), fonoaudióloga do Hospital Estadual Adão Pereira Nunes e responsável técnica no Hospital Estadual da Criança. Se Gustavo Valle analisou o panorama da infestação no Brasil e no mundo pelos vírus Zika e as complicações neurológicas que acarretam, sendo “mais perigosos” entre a quinta e sexta semana de gestação, Amanda Charone falou sobre seu trabalho nos hospitais e sobre como é construir procedimentos e parâmetros diante de novas doenças. Ambos concordaram que quanto antes a criança for estimulada, melhor.

Kátia Badin (CRFa 1-4939), pesquisadora do Ipub/UFRJ, sob mediação de Elaine Terra (CRFa 1-2988), fonoaudióloga da Associação Fluminense de Reabilitação, demonstrou diferenciais para o diagnóstico do TEA e DEL. “Tenho 29 anos de profissão e posso afirmar que não existe criança preguiçosa, nem criança que não quer aprender a ler. Precisamos de intervenção precoce e envolvimento da família”, ensinou. E completou: “O papel do fonoaudiólogo é desenvolver a comunicação social e reciprocidade sócio emocional nessas crianças”.

Já o diretor da Associação Psiquiátrica do Estado do Rio de Janeiro, membro da Academia Americana de Psiquiatria da Infância e Adolescência, Ricardo Krause levou à reflexão sobre um novo modelo de educação, que levasse em conta as inteligências múltiplas do ser humano. “As pessoas hoje em dia não sabem dialogar. Não há comunicação efetiva. Estão mais preocupadas em defender seu ponto de vista”. E foi além: “A função do professor numa nova escola é estimular a aprendizagem e incentivar o aluno a seguir seu caminho. Os fonoaudiólogos têm papel extraordinário nesse cenário, porque têm olhar e escuta que levam a identificar, através de sutilezas, o processo de percepção do mundo de cada um”.

Rosemary Pontes (CRFa 1-6461), membro da Sociedade Brasileira de Queimaduras e de La Federación Latino Americana de Queimaduras, e Andressa Freitas  (CRFa 1- 11384), membro do Grupo de Estudos em Laringe no INCA, apresentaram estudos de casos que demonstram os avanços da Fonoaudiologia Hospitalar, tanto com queimados, quanto com laringectomizados, sob mediação de Elaine Keiko (CRFa 1-8960).

E o cantor, ator, compositor e fonoaudiólogo Jorge Maia (CRFa 1- 13204) falou sobre sua experiência como preparador vocal e como a Fonoaudiologia o ajuda na carreira artística. “A Fonoaudiologia existe para promover saúde. Para o cantor e ator, o principal instrumento é a voz. Precisamos ter conhecimento para trazer longevidade para esse instrumento”, afirmou. E brindou a todos com uma apresentação relâmpago, violão e voz, que transformou o encerramento o III E-Fono numa grande festa.

Para Bárbara Otoni (CRFa 1-7541), o E-Fono foi uma ótima oportunidade de reencontrar grandes parceiros e se inteirar sobre novidades na profissão. “O trabalho dentro do BOPE, eu não fazia ideia”, admitiu. E Cláudia Márcia Ferreira (CRFa 1- 7521) disse que a terceira edição do E-Fono trouxe muitas informações novas, abrindo outras possibilidades de trabalho ainda não imaginadas. “É um evento que acrescenta e favorece novas maneiras de pensar a profissão”, opinou.

Todos os presentes puderam visitar o estande de livros e materiais didáticos da Moreira Cardeal e levaram o novo Código de Ética da Fonoaudiologia impresso. Houve também sorteio de brindes entre profissionais e estudantes de Fonoaudiologia que acompanharam, durante todo o dia, as discussões.

 

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Por Rose Maria, Assessoria de Imprensa

Fotos: Divulgação CREFONO1

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