A voz do transexual, a comunicação interpessoal nos programas de treinamento e a estética da voz foram os temas do Fórum da Voz 2016, que ocupou o auditório do CREFONO1 na noite da última segunda-feira (25), dentro da campanha em comemoração pelo Dia Mundial da Voz, “Seja Amigo da sua Voz”, iniciativa da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia (SBFa), com apoio do Sistema de Conselhos de Fonoaudiologia.
A presidente do CRFa 1ª Região, Lucia Provenzano (CRFa 1-1700), abriu o encontro, dizendo que o objetivo do Fórum era não só oferecer palestras, mas também discutir temas de interesse no município e em todo o estado na área de Voz.
O fonoaudiólogo Domingos Sávio (CRFa1-4626) abriu a programação, analisando as necessidades de acompanhamento e tratamento vocal do transexual. “É um indivíduo muito especial e muito sofrido. E o fonoaudiólogo faz parte da equipe responsável que cuida desses casos e que inclui psicólogo, urologista, cirurgião plástico, psiquiatra, otorrinolaringologista, dermatologista, endocrinologista e ginecologista. E o fonoaudiólogo desempenha papel fundamental, porque é aquele que vai trabalhar a voz e a comunicação desse cidadão”, afirmou Domingos Sávio.
Ele lembrou que o transexual tem dificuldade em falar entre mulheres e que não basta atuar só em cima da frequência vocal, mas também da linguagem. “Há uma grande procura, que geralmente é precoce, antes mesmo da cirurgia, no período de transição, a fim de adequar suas habilidades comunicativas e chegar à acomodação”, explicou Sávio, para depois realizar com os participantes uma série de exercícios vocais (que são fundamentais ao longo de todo o trabalho), em homenagem à fonoaudióloga Glorinha Beuttenmüller (CRFa1-042), criadora do método Espaço Direcional Beuttenmüller.
Já a fonoaudióloga Cláudia Mourão (CRFa 1-5414) demonstrou a importância do fonoaudiólogo dentro da equipe de recursos humanos, treinando funcionários, sejam eles supervisores, executivos ou técnicos, para falar em público ou para seu público. “O bom comunicador é aquele que, além de compartilhar informação, sabe motivar e envolver seus interlocutores. Como posso motivar e prender a atenção de quem me ouve? Essa é uma grande demanda entre executivos. É um mercado enorme, ainda pouco habitado pelo fonoaudiólogo”, ressaltou. E acrescentou: “Até porque não é só falar; é saber ouvir, também”.
Cláudia Mourão enfatizou que, nas empresas, muitas negociações se perdem por barreiras na comunicação e que o trabalho desenvolvido nesse campo de atuação é mais na área da Educação do que na área clínica. “Vamos desenvolver aspectos de prevenção, de adequação da linguagem e da estética da voz. Com certeza, exercícios ajudam a modificar comportamentos”, completou.
E Luísa Catoira analisou a necessidade do fonoaudiólogo no acompanhamento de dubladores e atores, que precisam de orientações para melhor utilizar sua voz. “Eles não percebem que trabalham em condições inadequadas e, através da conscientização, passam a reconhecer sinais de alterações vocais e vão buscar a fonoterapia”, disse Luísa Catoira.
Os exercícios são variados e vão mostrar como utilizar a respiração, fortalecer os músculos e as articulações. “Todas as estruturas tem força e é necessário o equilíbrio entre elas”, concluiu.
Ao final do encontro, o grupo pode participar de roda de conversa com os três palestrantes e conselheiras presentes.
O próximo Fórum do 11º Colegiado será sobre Fonoaudiologia Educacional. Acompanhe a abertura do período de inscrições e detalhes de mais esta ação do Conselho Regional de Fonoaudiologia do Rio de Janeiro pelo Dialogando, site e redes sociais do CREFONO1.
Por Rose Maria, Assessoria de Imprensa