II EFONO: novas perspectivas da Fonoaudiologia e esquete teatral em homenagem aos fonoaudiólogos





Discutir novas abordagens da Fonoaudiologia e se divertir e emocionar com o esquete teatral Fono, da Companhia de Teatro de Quatro Mulheres, foi a opção de cerca de 300 fonoaudiólogos e estudantes de Fonoaudiologia, que se reuniram dia 4 de dezembro, de 8h às 18h, no auditório da Universidade Veiga de Almeida (UVA), campus Tijuca, para comemorar o Dia do Fonoaudiólogo com o II Encontro da Comunicação Humana (EFONO) – Jornada de Fonoaudiologia 2015. Um jantar por adesão, no Brasa Gourmet, também na Tijuca, zona norte do Rio, fechou a programação.

A mesa de abertura foi composta por Monica Marins (CRFa 1- 5479), representante do Conselho Federal de Fonoaudiologia (CFFa); Lucia Provenzano (CRFa 1-1700), presidente do CREFONO1; Rita Leniza (CRFa1-8832), coordenadora do curso de Fonoaudiologia UVA Tijuca; Flávia Monteiro de Barros, secretária municipal de Educação, Ciência e Tecnologia de Niterói; Cida Vidon, da Secretaria Municipal de Saúde do Rio; e José Mauro de Oliveira, assessor da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). “Todos juntos, profissionais junto ao seu Conselho, gestores e o Legislativo, precisam caminhar lado a lado para termos a Fonoaudiologia que o usuário quer e precisa”, afirmou Lucia Provenzano.

A primeira mesa redonda, sob moderação de Viviane Marques (CRFa 1-10022), debateu Cuidados Paliativos sob a ótica da Fonoaudiologia, com Márcio Moreira (CRFa1-12372), da Fisioterapia, com Daniele Florentino e da Medicina, com o Dr. Filipe Gusman, coordenador da Regional Sudeste da Academia Nacional de Cuidados Paliativos. “Não tem como fazer assistência em saúde se não pensar em equipe. A complexidade é muito grande. Ainda bem que existem profissionais diferentes, com suas especialidades. Mas é preciso se falar, estabelecer vínculos. Precisamos ter noções de outras ciências na nossa formação. A tecnologia é muito bem vinda, mas precisamos saber usá-la. Antes de tudo, conhecer a pessoa e a doença, para ajudar a preservar a vida”, afirmou Dr. Filipe Gusman.

Coordenadora da pós-graduação em Fonoaudiologia Hospitalar da UVA, Viviane Marques, ao encerrar a mesa, falou da importância de se respeitar a vontade do paciente, independentemente dos recursos terapêuticos disponíveis. “Não invadir é cuidado. É preciso saber respeitar. Para respeitar, é preciso conhecer”, completou.

Sob moderação de João Lopes (CRFa1-7536), Marriet Pires explicou como a estimulação transcutânea vem ajudando a reabilitação nas disfonias ou até mesmo o fortalecimento vocal. “Favorece o condicionamento físico, além do efeito analgésico. Traz resistência, força e auxilia na cicatrização de lesões. O trabalho é todo baseado na fisiologia da laringe. Mas uma coisa não substitui a outra: o ideal é associar a eletroterapia às terapias convencionais para promover melhor qualidade de vida”, ressaltou Marriet Pires.

Público esquete menor

A fonoaudióloga Roberta Ângelo (CRFa1-13631), tendo como moderadora Monica Marins, também trouxe sua vivência em Fonoaudiologia Educacional para o debate. “Precisamos, sempre, estar expandindo nosso horizonte. É preciso conhecer a instituição e trabalhar consciência fonológica desde a Educação Infantil”, disse Roberta Ângelo, admitindo que sempre há questionamento dos pais sobre a assistência em saúde dentro da escola, mas que a legislação ampara e protege o fonoaudiólogo, que pode explicar, assim, o limite da atuação no ambiente escolar. A fonoaudióloga passou, então, a citar questionários e triagens aplicados em diferentes ciclos e o trabalho em parceria com professores e na área pedagógica.

A representante do CFFa, Monica Marins,  alertou os fonoaudiólogos e acadêmicos que o Conselho Federal vem fazendo um amplo esforço em nível nacional que já poderá ser sentido em 2016, com criação de possíveis novos postos de trabalho em Fonoaudiologia Educacional. “Façam seus projetos”, brincou.

No início da tarde, nova mesa redonda abordou o Transtorno do Espectro Autista, reunindo a psicóloga Camille Ferraz, a terapeuta ocupacional Isabel Scicínio e a fonoaudióloga Fernanda Mesquita (CRFa1-12722), sob moderação de Fabrícia Lois (CRFa1-11260). Se Camille Ferraz discutiu a validação brasileira do PEP3 (Perfil Psicoeducacional 3) e suas contínuas revisões desde 1990, até a pesquisa em curso na UFF (Universidade Federal Fluminense) para validar o teste do PEP 3 no Brasil, Isabel Scicínio focou na consolidação das experiências sensoriais na Terapia Ocupacional. “TO não é passatempo, não é brincar pelo brincar, não é recreação. A terapia ocupacional provoca para a realização de ações. Melhora o desenvolvimento, a experiência e a criatividade da criança. Não estou preocupada só com funcionalidade, mas com a organização desse paciente. Nosso trabalho é estimular o ser produtivo e autônomo”, relatou, para frisar que sua atuação se soma à da Fonoaudiologia na organização corporal e na ampliação das experiências sensoriais e comunicativas.

Já Fernanda Mesquita analisou a comunicação e linguagem no autismo. “A criança precisa da atenção compartilhada, que antecede a fala. O autista tem a atenção compartilhada defasada. Por isso, antes da fala, precisamos incentivar a interação social e é fundamental ter a família ao nosso lado”, salientou Fernanda Mesquita, reafirmando que “não podemos nos fechar a outros saberes”. Fabrícia Lois completou: “O trabalho trans, inter e multidisciplinar é essencial para conseguirmos desenvolver as habilidades do autista”.

Adriana Amaral (CRFa1-6596), sob moderação de Gladis dos Santos (CRFa1-4075), ambas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), analisou os benefícios da contação de histórias à luz da Neurociência e o ambiente de leitura em casa como fator de estímulo e prevenção de problemas de linguagem e, depois, de aprendizagem. “A linguagem é importante no desempenho escolar, rompendo o vínculo vicioso da pobreza”, alertou.

A última mesa de debates foi sobre geriatria e trouxe as fonoaudiólogas Susi Latt (CRFa1-1777) e Monica Marins, com moderação de Isabela Poli (CRFa1-6867), para examinar a audição como estímulo cognitivo do idoso e neurociências e envelhecimento, respectivamente. Susi Latt lembrou que hoje o idoso busca melhorar sua qualidade de vida através de exercícios físicos e atividades, além das sociais, de inclusão digital, “tarefas que exigem demanda comunicativa e audição funcional”. “Pesquisas demonstraram que a estimulação auditiva ajuda a prevenir o declínio cognitivo e, ano passado, ficou comprovado que o déficit auditivo é um dos fatores de isolamento social. Há a necessidade de serem criados protocolos para avaliação auditiva em idosos”, sugeriu Susi Latt.

Já Monica Marins encerrou a jornada científica apresentando aspectos da plasticidade adulta do cérebro. “A memória não está no neurônio, mas no circuito. Com estímulos no ambiente, o cérebro continua sendo lapidado. A emoção é o principal modelador da memória”, informou.

Esquete menor

A Companhia de Quatro Mulheres presenteou a todos com um esquete teatral que homenageou a Fonoaudiologia com bom humor e irreverência. Em “Fono”, as atrizes Andrezza Abreu, Elea Mercúrio, Laura Prado, Lorena Comparato e Luana Lemes apresentaram com recursos corporais e vocais a evolução da Fonoaudiologia desde a pré-história. Lorena Comparato, filha da conselheira do CREFONO1 Leila Mendes (CRFa1-4404) parabenizou a todos pelo dia 9 de dezembro e ressaltou que as cinco atrizes utilizam a Fonoaudiologia demais. “Sem as fonos, não seríamos ninguém”, disse. Assista o esquete teatral aqui.

Rita Leniza, em nome da UVA, agradeceu a presença de todos e disse que o evento deixou-a ainda com mais orgulho de ser fonoaudióloga. Já Lucia Provenzano, presidente do CREFONO1, assinalou que o II EFONO alcançou seu objetivo de, além de ser um presente pelo Dia do Fonoaudiólogo, ampliar a visão sobre a atuação da Fonoaudiologia e demonstrar como é importante a participação de todos na construção da educação e saúde de qualidade.

Veja mais fotos sobre o evento aqui.

Por Rose Maria, Assessoria de Imprensa.

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