Como informar a familiares de um paciente que ele não sobreviverá, mas que é possível doar órgãos a quem espera numa fila de transplante? Para preparar os profissionais dos hospitais para essa difícil missão, o Programa Estadual de Transplantes do Rio de Janeiro (PET) vem promovendo treinamento do quadro de funcionários das unidades, com a participação de fonoaudiólogos.
O curso Reversão de Negativas Familiares: Novas Abordagens aconteceu no último dia 10 e se repetirá em 24 de maio, de 10h às 17h, no Auditório da Fundação Saúde, na sede do PET, no Rio. Entre as palestrantes, a fonoaudióloga Monica Azzariti (CRFa 1-9591), que falou sobre “Estratégias de Verbalização na Entrevista Familiar”.
A coordenadora das Comissões Intrahospitalares do Estado do Rio de Janeiro, a enfermeira Maria Cleidinete, explicou que a estatística nacional registra mais de 33 mil pacientes na fila de espera por transplante em todo o país, segundo o censo de 2018. São pessoas que esperam por um rim, fígado, coração, pulmão, pâncreas ou córnea para sobreviver ou ter uma melhor qualidade de vida.
Como as famílias de possíveis doadores têm se negado a autorizar o transplante, o PET vem investindo em capacitação para reverter o quadro crescente de negativas. “Estamos preparando os profissionais para um melhor acolhimento, para a entrevista familiar e uma reversão de negativa da família. E a comunicação, como você fala, se coloca, o tom de voz, tudo isso pode influenciar numa resposta positiva ou negativa dos familiares”, explicou Cleidinete.
Ela contou que a fonoaudióloga Monica Azzariti fez a primeira palestra no final de 2018, numa campanha pelo Dia do Doador, com ótimos resultados. “Nossa fila de espera por órgãos, como um rim, por exemplo, é muito grande. Se conseguirmos sensibilizar as famílias, num momento delicado, que aquele órgão pode ajudar a salvar outras vidas, estaremos trabalhando para atender uma enorme demanda”, ressaltou.
Por Rose Maria, Assessoria de Imprensa
Em 21 de maio de 2019
Foto: PET RJ
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