O processo demencial no envelhecimento é debatido em fórum para fonoaudiólogos





O 11º Colegiado realizou mais um Fórum de Debates, desta vez dentro da X Campanha Regional do Envelhecimento Ativo. Fonoaudiólogas e estudantes de Fonoaudiologia participaram do encontro na noite de 10 de outubro, para analisar o processo demencial no envelhecimento.

A presidente do CREFONO1, Lucia Provenzano (CRFa 1- 1700), abriu o Fórum Envelhecimento Ativo 2016, desejando que todos tivessem momentos de troca e aprendizado muito proveitosos.

A primeira palestrante foi a neurologista Vilma Duarte Câmara, professora emérita da Universidade Federal Fluminense (UFF), membro da Academia de Medicina do Estado do Rio de Janeiro e da Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz). Vilma Câmara participou da equipe que montou a primeira avaliação multiprofissional de Alzheimer no país, feita em 1987, na UFF. Ela falou sobre critérios para diagnóstico, já que o Mal de Alzheimer é irreversível, bem como sintomas comportamentais e cognitivos que devem ser considerados nas avaliações.

“Alzheimer é uma doença cara. Necessita de avaliação neuropsicológica, além de exames laboratoriais. A biópsia ainda não se faz no Brasil. Temos avanços, como medicamentos que controlam esses pacientes, mas que ainda são incapazes de evitar a degeneração neuronal”, ensinou.

A fonoaudióloga Cláudia Drummond (CRFa1-5503-3), professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, avaliou a linguagem no envelhecimento saudável, nas demências e na afasia. “O discurso do idoso se modifica com o envelhecimento”, afirmou ela, para depois demonstrar características nos discursos que evidenciam quadros de Alzheimer ou afasia. “A afasia começa com alterações na linguagem. No Mal de Alzheimer, há perda da coerência e problemas de coesão na narrativa. O discurso passa a ser descritivo e focado em informações isoladas”, completou.

Já a assistente social Sandra Rabello de Frias, do Conselho Nacional dos Direitos do Idoso, da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia do Rio de Janeiro (SBGG-RJ) e da Universidade Aberta da Terceira Idade (Unati/Uerj), criticou severamente a PEC 241, aprovada pela Câmara Federal na madrugada de 11 de outubro, ao debater a “Participação e controle social em Saúde: garantia de cuidados no envelhecimento”. “A gente precisa acordar. Se não acordarmos agora, vamos chorar depois, se essa proposta de congelar gastos públicos passar”, advertiu.

Ela informou que o tema “cuidados no envelhecimento” faz parte do “Manual Multiprofissional da SBGG-RJ – Segurança pra todos nós!”, lançado recentemente pela entidade. Acesse a publicação aqui.

Ao fazer um breve histórico das políticas voltadas para o idoso no Brasil, até chegar ao Estatuto do Idoso (Lei Federal 10.741/2003), Sandra Rabello ressaltou que políticas públicas enquanto metas há; o que falta é efetivamente implementá-las. “Tudo o que foi conquistado veio a partir dos movimentos sociais, mas a fragilidade dessas políticas é facilmente percebida quando constatamos a dificuldade de atendimento do idoso em todo o país. O artigo 15º do Estatuto do Idoso (que prevê atenção integral à saúde do idoso, por intermédio do Sistema Único de Saúde – SUS, garantindo-lhe o acesso universal e igualitário, em conjunto articulado e contínuo das ações e serviços, para a prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde, incluindo a atenção especial às doenças que afetam preferencialmente os idosos), por exemplo, não é realidade”, constatou.

Sandra Rabello lamentou a extinção a Secretaria Estadual do Envelhecimento e informou que o Conselho Estadual de Direitos do Idoso foi remanejado para a Secretaria Estadual de Saúde, onde foi “engessado”. “As demandas são muitas e, se recorremos à Justiça, a coisa não anda também. Seria muito importante criar varas na Justiça do Rio de Janeiro exclusivas para atendimento ao idoso. Temos para a criança, mas não para a terceira idade”, sugeriu Sandra.

Uma roda de conversa entre participantes e palestrantes fechou o Fórum do Envelhecimento Ativo 2016.

Participaram ainda das discussões as conselheiras da 1ª Região Lígia Ribeiro (CRFa 1-11220), Kátia Santana (CRFa1-5399), Vanessa Jurelevicius (CRFa1-11196), Ana Paula Moraes (CRFa1-7769), Andrea Michaela Leal (CRFa1-8182), Heloísa Mello (CRFa1-2350) e Tatiana Barcellos (CRFa1-13451).

 

 

Por Rose Maria, Assessoria de Imprensa

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