Fórum de Debates e Roda de Conversa no lançamento da Campanha Fonoaudiologia Educacional no Rio de Janeiro





O 10º Colegiado promoveu em 19 de maio seu terceiro fórum, desta vez sobre Educação. O encontro, que começou no fim da tarde da última segunda-feira e se estendeu até 20h30, marcou, também o lançamento da campanha socioeducativa do Sistema de Conselhos Federal e Regionais de Fonoaudiologia sobre Fonoaudiologia Educacional. No auditório do CREFONO1, reuniram-se profissionais interessados em discutir temas como letramento infantil, problemas de leitura e escrita, transtornos do PAC, consciência fonológica e fonêmica, entre outras abordagens, com especialistas como Mariângela Stampa (CRFa 1 – 2940), Monica de Sá Ferreira (CRFa 1- 8795) e Georgiana Dobbin (CRFa 1 – 6614).

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A presidente do CREFONO1, Lucia Provenzano (CRFa 1 -1700) abriu o evento, agradecendo a presença de todos. “Cada vez que ocupamos este espaço ficamos muito felizes, porque a cada dia mais profissionais comparecem aqui. O momento especial é da Fonoaudiologia Educacional e é fundamental que estejamos próximos da classe. Um Conselho forte é forte porque a classe está junto, pensando, propondo”, afirmou Lucia.

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A presidente da Comissão de Educação, Roseane Silveira (CRFa 1 – 2146), também enfatizou que um Conselho não se faz sozinho e pediu que profissionais e acadêmicos leiam sempre os informativos eletrônicos semanais do CREFONO1, para que possam acompanhar as ações e participar dos momentos de discussão e de mobilização da classe em prol do crescimento da Fonoaudiologia.

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Mariângela Stampa abriu o debate, falando sobre “Letramento Infantil, Consciência Fonológica e Alfabetização”. Para ela a demanda é imensa e o campo de trabalho é enorme dentro das escolas. Vai desde o professor que não tem consciência fonêmica até o aluno que é analfabeto funcional ou tem dificuldades de aprendizagem. Segundo dados apresentados por Mariângela, o Brasil ocupa a 8ª posição de maior população de adultos analfabetos (a partir dos 15 anos), sem contar os altos índices de evasão escolar. “Ele (aluno) pode até saber ler e escrever, mas só será letrado se o que diz faz sentido. É preciso estimulá-lo para que ele possa desejar se apropriar do complexo sistema que é a linguagem escrita, simbólica. E ele só se apropria dela se a vê como possibilidade de interação com o mundo. A maior possibilidade de atuação da Fonoaudiologia Educacional para propiciar isso é na Educação Infantil, que lida mais com sons”, ensinou.

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Mariângela contou que a Psicomotricidade foi fundamental na sua formação. “Não basta diagnosticar o problema. O impasse é o que fazer com esse aluno, depois de diagnosticado. Professores não sabem lidar com autistas, não sabem como orientar as mães. Aliás, as reuniões com pais nas escolas são, em geral, um desperdício; são pouco aproveitadas porque são mal orientadas. É preciso fazer parcerias com outras profissões, como pediatras e psicólogos, para avançarmos na Educação. Muitas vezes o que pensamos ser dificuldade de aprendizagem é inadequação pedagógica. A consciência fonológica é fundamental para o progresso da aprendizagem. Se conseguíssemos incluir a cadeira de Fonoaudiologia no curso de Pedagogia seria uma grande conquista”, sugeriu.

A audiologista Mônica de Sá Ferreira discutiu o processamento auditivo central no âmbito escolar. Ressaltou que o fonoaudiólogo não faz terapia fonoaudiológica dentro da escola, mas orientações às equipes de planejamento, professores e aos familiares. “O fonoaudiólogo é o responsável pelo monitoramento ambiental, inclusive a voz do professor. Cabe a ele criar estratégias que facilitem o processo de ensino-aprendizagem e a análise da interação sinal x ruído. Muitas vezes, o uso de fone de ouvido libera crianças do uso de medicamento indevido. É claro que nem todos podem “sentar na frente”, mas existem inúmeras técnicas que podemos sugerir para facilitar a comunicação entre professor e aluno. Antes de mais nada, é preciso observar esse professor”, garantiu.

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Monica ofereceu os receptores de um sistema FM para que os presentes testassem, sendo que ela usava o transmissor de voz. Segundo Monica de Sá Ferreira, o conjunto custa hoje, no mercado, cerca de R$ 2 mil e pode ser encontrado em centros audiológicos. “Usamos um Sistema FM e acabaram-se os problemas? Claro que não. Mas em muitos casos, ajuda. Tanto quanto caixas de som e microfones na sala de aula”, exemplificou.

Já Georgiana Sylvia Dobbin trouxe para o debate aspectos de prevenção dos problemas de leitura e escrita na infância. Para ela, o ambiente de trabalho para a prevenção é a escola, não o consultório. “Precisamos, antes, descobrir onde estão as habilidades. Partimos das habilidades, potencialidades, desenvolvimento fonológico para chegar às dificuldades. Atraso de fala, por exemplo, é um problema potencial para a leitura. Mas, identificado o problema, vamos disponibilizar recursos para enfrentá-lo”, resumiu.

 

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Ao término das palestras, os profissionais presentes puderam trocar experiências e analisar conjuntamente soluções com os debatedores e conselheiras do 10º Colegiado, numa Roda de Conversa que já se tornou tradicional no fechamento dos fóruns de debates promovidos pela 1ª Região. Participaram ainda do encontro as conselheiras Márcia Thurler (CRFa 1 – 8055), presidente da Comissão de Divulgação, Andrea Michaela Leal (CRFa 1 – 8182) e Heloísa Mello ( CRFa 1 – 2350).

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Veja fotos do Fórum aqui.

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